De acordo com a Lei 9.608/1998, o trabalho voluntário é caracterizado como atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade.
Com o objetivo de entender melhor sobre a situação do trabalho voluntário no Brasil, as Irmãs da Santa Cruz se reuniram, no dia 15 de março, com o especialista Roberto Ravagnani. Roberto é jornalista e radialista e atua como consultor, conteudista e especialista em voluntariado e responsabilidade social empresarial.
Segundo o especialista, no Brasil existem cerca de 50mil organizações sociais que poderiam desenvolver o trabalhador voluntário, e infelizmente não o fazer por falta de preparação para questões como capacitação, capitação, gestão do trabalho voluntário e até mesmo por total desconhecimento do tema.
“Eu tenho insistido muito na capacitação de organizações para a questão do trabalho voluntário. Eu vejo como uma grande ferramenta de desenvolvimento pessoal, uma ferramenta de desenvolvimento social e também uma grande ajuda, para as organizações sociais”, explica Roberto Ravagnani.
Durante o encontro, Roberto enfatizou a questão do trabalho voluntário com chave essencial para o desenvolvimento pessoal, e o preconceito ainda existente em nossa cultura que entende o voluntariado como “trabalhar de graça”, caridade, atividade para matar o tempo e dificilmente é entendido como um trabalho importante a ser desenvolvido com responsabilidade social.
Roberto também explicou a importância da capacitação do trabalhador voluntário dentro da organização, essa capacitação garante um vínculo de responsabilidade importantíssimo entre as partes envolvidas. Outro ponto discutido na mesa, foi a capitação desse profissional através de uma seleção prévia que questione o candidato do porquê ele deseja prestar um trabalho voluntário, que é de fundamental importância para que não aja frustações de ambas as partes.
“É importante que a organização tenha uma gestão sobre os voluntários, uma gestão profissional. A diferença entre um trabalhador voluntário, e um trabalhador contratado, é que um recebe salário e tem que cumprir 40 horas semanais, e o outro não recebe salário e cumpre uma carga horária menor, mas essa organização tem que investir tanto na capacitação, quanto na gestão deste trabalhador para ter um bom resultado”, ressalta o especialista.
Por outro lado, o candidato ao trabalho voluntário também precisa ficar atento e exigir das organizações a qual vai prestar um serviço, para não ser enganado, e até mesmo usado de forma equivocada.
Para Roberto, é necessário uma mudança por parte das organizações e uma cobrança por parte do trabalhador voluntario para o cumprimento de normas.
O Instituto das Irmãs da Santa Cruz atua com diferente formas de voluntariado, para a Irmã Maria Regina Gomes, hoje, o trabalho voluntário exige uma formalidade das organizações, e o Instituto busca organizar esse setor para agir de forma adequada e eficiente.
“Há uns anos atrás nós tínhamos na organização da instituição um grupo muito pequeno, hoje, a entidade cresceu bastante. Nós temos vários lugares abertos à questão do voluntariado. Temos trabalho com idosos dentro do Residencial Santa Cruz, temos o Centro Santa Marta, um espaço onde as senhoras voluntárias ajudam e dão profissão para as assistidas. Elas ajudam nos bordados, ensinando sobre culinária, e outras coisas mais em termos de artesanato. Temos o colégio Santa Maria, que é um outro espaço para os voluntários colaborar com o seu dom”, explica a irmã Maria Regina.
Texto | Mayara Nunes
Revisão Editorial | Fabiano Viana
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